14 de agosto de 2019

Liberte-se e corte as correntes

Escrito por: Alejandra Loucel

Há alguns meses atrás eu percebi que a felicidade depende unicamente de nós e principalmente da nossa liberdade...

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Há alguns meses atrás eu percebi que a felicidade depende unicamente de nós e principalmente da nossa liberdade. Nesses últimos meses e eu aprendi a me libertar das minhas próprias correntes.

Mas o que isso significa?

Sendo a mais nova da minha família, eu sempre fui mimada e me davam de tudo. Desde o início eu decidi não me intrometer e fugir das responsabilidades. Eu prefiro manter a paz, ser uma boa filha e me concentrar no meu "próprio mundo", que para mim era um mundo "perfeito". Eu já tinha tudo planejado: Me casar, ter um filho, uma casa, etc….


Vocês devem estar se perguntando o que aconteceu durante esses anos?

Todas as coisas que aconteceram na minha vida, as discussões com a minha família, com meus amigos, pensando no que as pessoas diriam, sempre me preocuparam, mas eu escolhi permanecer em silêncio, e manter a minha opinião apenas para mim, para evitar possíveis discussões. Sempre que eu estava com raiva, tristeza, ciúmes, ressentimento eu guardava para mim mesma, e estava ficando lotada desses sentimentos. E ainda sim, eu sempre perguntava para mim mesma: "O que as pessoas vão dizer se eu contar o que eu penso?".

Muito tempo se passou, até que há alguns meses atrás, eu percebi que carregava comigo todos esses sentimentos, que eu na verdade carregava por toda a minha vida. Eu preferia colocá-los em uma caixa e "esquecer" sobre eles, mesmo eles estando sempre ali comigo.

menina com ansiedade

Com o tempo eu entendi que eu estava carregando o passado comigo, e isso me impedia de caminhar para a frente. De pouco em pouco, eu comecei a escrever em um notebook tudo o que eu pensava ou me incomodava, comecei a conversar com grandes amigos, e isso foi a única maneira de me libertar daquilo. Eu comecei a viajar com MSF e descobrir novos países, culturas e a conhecer novas pessoas. Foi uma mudança total, pois as pessoas se abriam, dividiam suas experiências e histórias, seus conhecimentos, opiniões comigo, e eu comecei a me interessar cada vez mais.


**E o que aconteceu nas viagens? **

Eu me senti livre, muito feliz, eu me abri cada vez mais, eu me sentia eu mesma, sem precisar fingir ser outra pessoa. Era uma sensação única!

Ale em Jerusalém com os jovens

Mas quando eu voltava de uma viagem, algum tempo depois, eu voltava a ser a mesma pessoa de antes, até eu perceber que eu estava escolhendo permanecer no "meu mundo".

Na minha última viagem para Jerusalém com o MSF, meu objetivo era me libertas daquelas correntes que eu me coloquei e que me impediam de ser feliz. Cada dia era um teste, mas cada dia eu escrevia, conversava e me libertava daquele sentimentos negativos ou memórias ruins que eu carregava comigo. No final da viagem eu decidi fazer as pazes comigo mesma. Eu chorei muito, e me pedi perdão por ter me prendido por tanto tempo, por ter mantido todos esses sentimentos por 22 anos, por ter expulsado a minha felicidade de minha vida, e acima de tudo, ter esquecido o que amor próprio é. também foi a primeira vez que eu pude conversar com minhas irmãs e dizer a elas: "Eu não sou mais uma garotinha que precisa ter seus problemas resolvidos, eu cresci, e eu sou uma mulher independente e eu vou voar do ninho.".

Agora é a primeira vez que eu consigo dizer de coração e com respeito o que eu penso, para um amigo, uma irmã, ou até mesmo para um colega, e me sentir leve, coisa que antes fazia eu me sentir culpada, uma pessoa ruim, mas graças a ajuda da Jardinera, esses sentimentos desapareceram. Agora falar sobre as minhas emoções é ter auto-respeito e auto-estima.

Quebrar minhas próprias correntes me deu a liberdade de viver uma vida saudável e percorrer o caminha certo. Sentindo a liberdade, eu pude ver que cada um de nós escreve sua própria história, cada um é responsável pelas suas ações e cada um é um ser-humano individual.

Ale em Bali

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